Escola e Tecnologia Educacional
Autor:
Cássia Ravena Mulin de Assis Medel [1]
Se bem usada, a tecnologia pode ser uma excelente aliada para o
didatismo e o autodidatismo. Se mal usada, uma excelente ferramenta para
o comodismo e cretinismo.
 |
| Um bom docente, tem no seu ânimo, fonte de motivação para todos... |
Nos dias de hoje faz-se necessário
iniciar uma nova perspectiva na escola, no sentido de romper com a
lineiralidade de aprendizagem, utilizando ferramentas que se tornaram
imprescindíveis à Educação tais como o uso da televisão, do vídeo, do
DVD, do telefone, do rádio, do computador e Internet, entre outros.
Um dos objetivos da
Informática na Educação é o de conhecer as possibilidades de uso da
informática. "Mas o caminho do computador para a sala de aula passa pela
familiarização do professor com ele (com os alunos, que nessa questão, o
mais das vezes, tomam conta de si mesmos).
Para o professor se
familiarizar com o computador, ele precisa usa-lo nas mais variadas
atividades, mesmo que elas não sejam de especial significado pedagógico
nem voltadas para a sala de aula. Quando os professores tiverem com o
computador a intimidade que hoje têm com o livro, descobrirão ou
inventarão maneiras de inseri-lo em suas rotinas de sala de aula,
encontrarão formas de criar, em torno do computador, ambientes ricos em
possibilidades de aprendizagem que propiciarão aos alunos uma educação
que os motivará tanto quanto hoje o fazem os jogos computadorizados, os
desenhos animados, os filmes
de ação e a música do rock." (CHAVES).
Nenhuma sociedade está
indiferente à entrada das tecnologias da informação e comunicação (TIC)
no cotidiano de seus cidadãos. Percebe-se que o volume progressivo de
informações gerado por essas tecnologias traz transformações
substanciais ao processo de aquisição do conhecimento pelo indivíduo.
Mesmo frente a dificuldades políticas e econômicas, às projeções
governamentais encontram-se otimistas no que diz respeito à implantação
de laboratórios de informática nas escolas públicas, através de seus
programas oficiais. Diante de tal perspectiva, há urgência em preparar a
escola para a integração da Informática ao processo educacional.
De acordo com Morán (2003), a
teoria na educação é muito avançada, mas a prática está muito distante.
No entanto, quando sensibilizado a trabalhar com a informática, o
educador percebe-se um agente transformador da ação pedagógica e esta
descoberta reflete-se rapidamente na elaboração de seu material didático
e no planejamento de suas aulas. Este é o primeiro passo na direção do
professor "abraçar" a informática na escola. Os autores Bruner, Dewey,
Freire, Piaget, Skinner, Vigotsky, entre outros, oferecem as bases em
que a interação da informática com a educação pode ser trabalhada, sendo
modificada de acordo com a turma, com a metodologia adequada ao tema
que será desenvolvido e com o Projeto Político Pedagógico da escola.
É necessário, ao implantar a
informática educativa nas escolas dispor de um currículo flexível,
multicultural, que relacione seus conteúdos, objetivos e estratégias às
questões culturais e tecnológicas, de acordo com as necessidades que
surgem ao longo da execução das atividades.
As aulas de informática
podem propiciar aos alunos a oportunidade de aprender dentro do seu
próprio ritmo, permitindo ao aluno trabalhar individualmente, em dupla
ou em grupo. O professor deve fornecer as informações e/ou orientações
preliminares acerca da atividade que será desenvolvida. Deve utilizar a
interdisciplinaridade. Esta ocorre quando diversas disciplinas
estabelecem reciprocidade e igualdade para a solução de um problema. É
fundamentada na certeza de que a troca enriquece. Ao tentar solucionar
uma determinada situação, o aluno vai colocar em ação os elementos
teóricos de que dispõe sem se limitar, necessariamente, a um único campo
do conhecimento, reorganizando-os de maneira a perceber uma solução ou
uma nova necessidade. Por exemplo, os alunos que desenvolvem atividades
no computador necessitam conciliar, pelo menos, alguns conhecimentos
básicos de informática com outros específicos do tema em que estão
trabalhando.
Alguns pressupostos teóricos
acerca das pesquisas e projetos escolares mediadas pelo computador:
A palavra pesquisa tem sua origem no latim: perquiro que quer dizer
"procurar, buscar com cuidado; procurar por toda a parte; informar-se;
inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca (BAGNO, 1998).
Segundo Canen e Andrade,
(2005), a pesquisa envolveria um problema real, levado ao nível
acadêmico para que seu foco seja investigado rigorosamente, através de
critérios e métodos críticos, a fim de que os seus resultados possam ser
sistematizados e divulgados, segundo teorias reconhecidas e atuais.
De acordo com Almeida
(2000), a pesquisa (escolar) deve ser elaborada de maneira a promover a
autonomia do aluno, tornando-o capaz de:
- Desenvolver o espírito crítico na seleção das informações pertinentes ao tema;
- Refletir sobre os resultados obtidos;
- Compreender os conceitos envolvidos, levantando e testando hipóteses.
Uma das maiores vantagens em
desenvolver uma pesquisa no computador é a economia de tempo. Por meio
de uma enciclopédia eletrônica ou da Internet, é possível obter, em
poucos segundos, a mesma informação contida em qualquer outro meio. No
entanto, "pesquisar" não é "copiar". Um texto transcrito da Internet
para um editor de texto, anexado a uma capa de trabalho, jamais pode ser
considerado uma pesquisa escolar. Isso é freqüentemente praticado pelos
alunos, mas faz perder todo o sentido, o objetivo metodológico da
aprendizagem.
O professor deve evitar
cópias, falando aos alunos que elas não trazem nenhum benefício e
conscientizar-se acerca da necessidade de problematizar os temas de
pesquisa.
É fundamental que o
professor forneça um roteiro de pesquisa, apresentado em tópicos ou
perguntas. Também é recomendável, incluir sugestões de sites.
A pesquisa escolar pode ser
individual ou coletiva, e pode ser interdisciplinar, no caso de reunir
mais de uma disciplina. Os alunos podem gravar os endereços dos sites,
os artigos e as imagens que selecionarem, assim como podem editar
anotações no processador de texto. O professor atua como orientador,
auxiliando os alunos pesquisadores a:
- Estabelecer critérios de busca;
- Definir prazos (para o planejamento e execução das pesquisas);
- Fazer uma seleção e classificação das informações;
- Organizar os resultados (através da realização de síntese);
- Elaborar uma apresentação dos resultados obtidos (alcançados) através da pesquisa realizada.
O professor deve propor aos alunos
uma situação-problema, ao invés de uma simples apresentação do tema da
pesquisa, como por exemplo, no lugar de lançar o tema "água", o
professor pode elaborar uma questão ou problema: "Por que a água é
importante para a vida do ser humano?". Esse tipo de questão, leva o
aluno a selecionar as informações colhidas, de maneira a responde-la e
não apenas copiar o material da Internet.
De acordo com Almeida e Fonseca Júnior (2000) na construção de um projeto devem ser planejadas as seguintes etapas:
- Identificação de um problema;
- Levantamento de hipóteses, solução e prováveis respostas;
- Mapeamento do aporte científico (recursos materiais ou tecnológicos necessários);
- Seleção de parceiros;
- Definição de um produto (seria um site na Internet? Um trabalho impresso? Um CD-ROM?);
- Documentação e registro (um registro diário com anotações dos endereços consultados, livros, visitas, entre outros);
- Método de acompanhamento e avaliação;
- Publicação e divulgação
(apresentar e divulgar os trabalhos na própria escola e fora dela, em
simpósios, congressos, encontros, etc.